A Eucaristia

 

Santo Antonio de Padua, um dos Santos mais expressivo do catolicismo disse sobre este sacramento: ”  Eucaristia é o amor que poderá superar todos os outros no céu e na Terra.”

A Eucaristia (em grego: εὐχαριστία – “reconhecimento”, “ação de graças”);  hóstia  ou comunhão como também é chamando este Sacramento da Iniciação cristã, é servida em todas as Santas Missa para os fieis que já receberam a preparação.

O rito da Eucaristia

A Eucaristia foi instituída por Jesus Cristo na quinta-feira antes de sua crucificação. O  evangelista Lucas relata esse acontecimento no capitulo 22, versículos de 14 ao 20: “Ao chegar a hora,  Jesus se pôs à mesa com os apóstolos…

Tomando um cálice, deu graças e disse: Tomai este cálice e distribui entre vós…

E tomando um pão, deu graças, partiu-o e deu-lhes dizendo: ‘Isto é o meu corpo, que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim’…

‘Este cálice é a nova aliança em meu sangue, derramado por vós’

O texto também é citado em Mateus 26, 26-29 ; Marcos 14, 22-25; I Coríntios 11, 23-26.

Assim sendo, o pão usado na celebração, é visto como o Corpo de Cristo, oferecido na Cruz como resgate do homem e o vinho é Seu sangue derramado, para remissão da humanidade condenada ao pecado e a morte.

Na Igreja Católica a passagem do pão e do vinho para o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo chama-se transubstanciação. Por consequência, a transubstanciação da partícula (pão feito apenas de água e trigo) para a hóstia apenas  pode ser feita por sacerdotes ordenados (presbíteros ou bispos).

 

Igreja Católica e a Eucaristia

A Igreja Católica confessa a presença real de Cristo, em seu corpo, sangue, alma e Divindade após a transubstanciação do pão e do vinho, ou seja, a aparência permanece de pão e vinho, porém a substância se modifica, passa a ser o próprio Corpo e Sangue de Cristo.

A Eucaristia faz parte dos sete sacramentos da igreja e, é um dos sacramentos da iniciação cristã (Batismo, Eucaristia e Crisma)

A Eucaristia é “o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que Ele instituiu para perpetuar o sacrifício da cruz no decorrer dos séculos até ao seu regresso, confiando assim à sua Igreja o memorial da sua Morte e Ressurreição. É o sinal da unidade, o vínculo da caridade, o banquete pascal, em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da vida eterna.” (Compendio do Catecismo 271).

Na encíclica Ecclesia de Eucharistia, o Papa João Paulo II define que: “a Eucaristia é verdadeiramente um pedaço de céu que se abre sobre a terra; é um raio de glória da Jerusalém celeste, que atravessa as nuvens da nossa história e vem iluminar o nosso caminho”.

O valor da Comunhão

Quando recebe a eucaristia o fiel católico recebe o corpo e o sangue de Cristo.

Durante a celebração ela pode ser feita em uma ou duas espécies:

  • Uma espécie: quando o fiel recebe o corpo de Cristo (também chamado de hóstia – palavra em latim, que quer dizer vítima, que entre os hebreus, era o cordeiro, sem culpa, imolado em sacrifício a Deus)
  • Duas espécies: quando a partícula consagrada vem acompanhada junto do vinho consagrado, esse gesto é mais tradicional nas Celebrações da Primeira Eucaristia ou Crisma, sendo também realizado em Celebrações importantes e/ou comemorativas)

Por se tratar de um sacramento extremamente importante a Igreja Católica ensina que:

“Para receber a sagrada Comunhão é preciso estar plenamente incorporado à Igreja Católica e em estado de graça, isto é, sem consciência de pecado mortal. Quem tem consciência de ter cometido pecado grave deve receber o sacramento da Reconciliação antes da Comunhão. São também importantes o espírito de recolhimento e de oração, a observância do jejum prescrito pela Igreja e ainda a atitude corporal (gestos, trajes), como sinal de respeito para com Cristo.” (Compêndio n. 291).

A bíblia também traz uma referencia sobre a comunhão onde alerta que participar da ceia “indignamente” é se tornar culpado perante Deus de um grave pecado.

“Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor.” (1Co 11. 27).

Jesus Eucarístico

Usa-se no meio católico a terminologia “Jesus Eucarístico” para se referir a Jesus em sua presença na Eucaristia.

A doutrina da Igreja Católica ensina que Jesus, antes de morrer, já se referia a este ritual sacramental: “Eu sou o pão vivo que descido do céu. Se alguém comer deste pão viverá para sempre. E o pão que eu darei é minha carne para a vida do mundo.” Os judeus começaram a discutir entre si: “Como pode esse homem nos dar de comer sua carne?” Jesus lhes disse: “Na verdade eu vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos” (João 6:51-71).

A adoração é o primeiro ato da virtude da religião. Adorar a Deus é reconhecê-lo como Deus, como o Criador e o Salvador, o Senhor e o Mestre de Tudo o que existe, o Amor infinito e misericordioso. “Adorarás o senhor teu Deus, e só a ele prestarás culto” (S. Lucas 4,8), diz Jesus, citando o Deuteronômio (6,13).

“Adorar a Deus é, no respeito e na submissão absoluta, reconhecer o nada da criatura, que não existe a não ser por Deus. Adorar a Deus é, como Maria no Magnificat, louvá-lo, exaltá-lo e humilhar-se a si mesmo, confessando com gratidão que Ele fez grandes coisas e que seu nome é Santo. Adoração do Deus único liberta o homem de se fechar em si mesmo, da escravidão do pecado e da idolatria do mundo.” ( Catecismo da Igreja Católica n. 2096 e 2097).

Santo Afonso Maria de Ligório ao falar sobre a adoração diz: “a devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos sacramentos, a primeira de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil para nós”.

Para a Igreja, a presença de Cristo nas hóstias consagradas que se conservam após a Missa perdura enquanto subsistirem as espécies do pão do vinho.

Um dos grandes fatores que contribuíram para se crer na presença real de Cristo e adorá-lo, foram os “milagres eucarísticos” em várias localidades do mundo.

São João Crisóstomo destaca o “efeito unificador” da Eucaristia no Corpo de Cristo, que é identificado pelos cristãos como a própria Igreja: “Com efeito, o que é o pão? É o corpo de Cristo. E em que se transformam aqueles que o recebem? No corpo de Cristo; não muitos corpos, mas um só corpo. De fato, tal como o pão é um só apesar de constituído por muitos grãos, e estes, embora não se vejam, todavia estão no pão, de tal modo que a sua diferença desapareceu devido à sua perfeita e recíproca fusão, assim também nós estamos unidos reciprocamente entre nós e, todos juntos, com Cristo”.

Fique sabendo

Como a Eucaristia é vista em algumas igrejas:

Na Igreja Ortodoxa é visto como mistério.

No luteranismo como consubstanciação.

Nas outras denominações protestantes acontece apenas uma ceia, na qual o pão e o vinho não deixam de continuar sendo pão e vinho.

 

Saiba Mais:

Compêndio do Catecismo da Igreja Católica – Apêndice – SACRAMENTO DA EUCARISTIA

 

Referências:

Livro:

O Milagre e os Milagres Eucarísticos – Pe. Gino Nasini, D. Min. Editora Palavra e Prece – Distribuidora Loyola – pág. 211

 site:

http://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_po.html#OS SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO CRISTÃ