Relatos históricos sobre Jesus

Existem vários textos históricos fora da Bíblia que também atestam a existência de Jesus de Nazaré:

Tácito, governador da Ásia em 112 D.C

Nos seus escritos “Anais da Roma Imperial” fez referencia a existência de um culto a Jesus Cristo e os cristãos que Dele se originaram.

Por não ser um seguidor de Cristo, o relato de Tácito se configura como uma forte e relevante citação de valor histórico, quando ele registra a atitude de Nero em relação aos seguidores de Jesus.

Tácito (56-120 d.C.) “Para destruir o boato (que o acusava do incêndio de Roma), Nero supôs culpados e infringiu tormentos requintadíssimos àqueles cujas abominações os faziam detestar, e a quem a multidão chamava cristãos. Este nome lhes vem de Cristo, que, sob o principado de Tibério, o procurador Pôncio Pilatos entregara ao suplício. Reprimida incontinenti, essa detestável superstição repontava de novo, não mais somente na Judéia, onde nascera o mal, mas anda em Roma, pra onde tudo quanto há de horroroso e de vergonhoso no mundo aflui e acha numerosa clientela”

(Tácito, Anais , XV, 44 trad.) (1 pg. 311; 3)

Luciano de Samosata, Escritor satírico do século segundo, zombou de Cristo e dos cristãos nos seus escritos: “…o homem que foi crucificado na Palestina porque introduziu uma nova seita no mundo… Além disso, o primeiro legislador dos cristãos os persuadiu de que todos eles seriam irmãos uns dos outros, após terem finalmente cometido o pecado de negar os deuses gregos, adorar o sofista crucificado e viver de acordo com as leis que ele deixou”

(O Peregrino Passageiro).

Suetônio, era historiador romano e oficial da corte de Adriano escritor dos anais da Casa Imperial (69-122 d.C.).

Na obra a  Vida dos Doze Césares, cuja publicação se deu nos anos 119-122, faz o seguinte comentário: “expulsou os judeus de Roma, tornados sob o impulso de Chrestos, uma causa de desordem”; e, na vida de Nero, que sucedeu a Cláudio, acrescenta: “Os cristãos, espécie de gente dada a uma superstição nova e perigosa, foram destinados ao suplício”

(Suetônio, Vida dos doze Césares, n. 25, apud Suma Católica contra os sem Deus, p. 256-257). (1 pg. 311; 3)

Plínio, governador da Bitínia, Ásia Menor (112 A.D.),

Escreveu uma carta ao imperador Trajano, solicitando orientações de como proceder com os cristãos, diante das muitas mortes que estavam sendo impostas aos seguidores de Jesus.

Por confessarem cristãs, “as pessoas estavam sendo mortas por se dizerem cristãs. Seu único erro era terem o costume de se reunirem antes do amanhecer num certo dia determinado, quando então cantavam responsivamente os versos de um hino a Cristo, tratando-o como Deus, e prometiam solenemente uns aos outros a não cometerem maldade alguma, não defraudarem, não roubarem, não adulterarem, nunca mentirem, e a não negar a fé quando fossem instados a fazê-lo”

O governador Plinio explica ao Imperador que obrigara os cristãos a se prostrarem diante das estatuas de Trajano e também a desdizerem Cristo com palavras de maldição e que os mesmos permaneciam calados:

“os fez amaldiçoarem a Cristo, o que não se consegue obrigar um cristão verdadeiro a fazer”.

(Epístolas X.96).

Tertuliano, Jurista e teólogo de Cartago. 197 A.D

Seus relatos são uma grande fonte histórica e que ajudam a  entender melhor o inicio do cristianismo.

“Portanto, naqueles dias em que o nome cristão começou a se tornar conhecido no mundo, Tibério, tendo ele mesmo recebido informações sobre a verdade da divindade de Cristo, trouxe a questão perante o Senado, tendo já se decidido a favor de Cristo.

O Senado, por não haver dado ele próprio a aprovação, rejeitou a proposta. César manteve sua opinião, fazendo ameaças contra todos os acusadores dos cristãos” (Apologia, V.2).

Correspondência trocada entre Tibérío e Pôncio Pilatos

Talo, no ano 52 A.D. é um dos primeiros escritores gentios a mencionar Cristo e suas poucas menções ele faz pequenas citações feitas por outros escritores. Uma delas é a do escritor Júlio Africano, um cristão que viveu por volta de 220 A.D.

Júlio Africano escreve: “Talo, no terceiro dos livros que escreveu sobre a história, explica essa escuridão como um eclipse do sol — o que me parece ilógico’ (é claro que é ilógico, pois um eclipse solar não poderia acontecer em época de lua cheia, e foi na época da lua cheia da Páscoa que Cristo morreu).”

O que comprova que os fatos “sobrenaturais” relatados na bíblia sobre as trevas que imperaram sobre a terra por conta da crucificação de Jesus era bem conhecido

Públio Lêntulo, O governador da Judeia, redigiu uma carta ao Senado Romano por volta do ano 32, onde relata as características físicas de Jesus: “Enquanto vos escrevo, existe aqui um homem de singular virtude, que se chama Jesus. Os bárbaros o têm em conta de profeta, mas os seguidores o adoram como filho de deuses imortais: ressuscita mortos e cura enfermos, falando-lhes e tocando-os. É de estatura elevada e bem conformada; de aspecto ingênuo e venerável. Caem-lhe os cabelos em anéis até debaixo das orelhas, e espalham-se com uma graça infinita, trazendo-os à moda dos nazarenos. Tem fronte larga, espaçosa e a faces coloridas de amável rubor. O nariz e a boca, de uma admirável regularidade. A barba, da mesma cor dos cabelos, desce-lhe espessa até ao peito, bipartida à semelhança de forquilha. Os olhos brilhantes, claros e pequenos. Prega com majestade; e suas exortações são cheias de brandura. Fala com muita eloqüência e gravidade. … Muitos o viram chorar não poucas vezes. É sobretudo sábio, moderado e modesto. Um homem, enfim, que por suas divinas perfeições se eleva acima de todos os filhos dos homens”.

Flávio Josefo (37-100 AD) escritor judeu e historiador Romano de respeito traz o mais famoso e conhecido relato sobre Jesus Cristo.

“Havia por esses dias um homem sábio, Jesus, se é que é licito chamá-lo de homem, pois operava maravilhas – mestre de homens que acolhiam a verdade com prazer. Atraiu a si muitos judeus como também muitos gentios.

“Ele era Cristo; e havendo Pilatos, por sugestão dos principais do nosso meio, o sentenciado à cruz, aqueles que antes o amavam não o abandonaram, pois apareceu-lhes vivo novamente ao terceiro dia. Isto os profetas Divinos haviam predito, bem como dez mil outros fatos maravilhosos a seu respeito; e a tribo dos cristãos, de quem tomam emprestado o nome sobrevive até hoje (Antiquites, VIII, III).